segunda-feira, 18 de abril de 2011

À deriva naquele meu mar


Nestes mares vagueei à deriva
Deixando-me levar pela corrente, sem nunca remar
E sem destino flutuei na ondulação (por vezes forte),
A tracejar a linha do horizonte e a sonhar.

Esta sublime vida mais que perfeita
Acabou com uma poderosíssima onda
Projectando-me para costa, atraiçoando-me
Fazendo de mim uma concha lascada, estatelando-me redonda
Na areia fria e húmida.

Perdi-me nos meus passos, rastejei...
Não sabendo nada de nada... Tentei orientar-me,
retroceder, prosseguir, virar...
Tentei viver sem a minha essência, tentei guiar-me...
Mas todas as tentativas foram em vão.

Aqui não tenho o mar
.